Tive a oportunidade de viajar à Irlanda para um intercâmbio de curta duração em Abril deste ano. Atuando como consultora de Marketing e tocando minha própria empresa, encontrei uma brecha na “corrida cotidiana” para estudar por um mês. O que me esperava nesta viagem, no entanto, foi muito além do conhecimento técnico que buscava. Resolvi relatar essa experiência por acreditar que ela só tem a enriquecer nossa troca profissional.

A Irlanda recebeu muitos investimentos no setor de tecnologia e despontou no cenário Europeu como um hub de inovação e tecnologia, tendo atraído marcas globais como Facebook, Intel, Yahoo, Adobe, Microsoft, SAP, HP, Apple, LinkedIn, Google e Amazon, que abriram em Dublin, capital do país, seus headquarters europeus, a maior parte deles na região conhecida como “Silicon Docks“. Muito disso se deve também ao trabalho do governo irlandês, que através de sua agência de promoção e desenvolvimento de investimentos estrangeiros (IDA Ireland) criou programas de atração de investimentos externos para o país.
Através de contatos feitos ainda no Brasil, tive a chance de visitar empresas de Marketing, Tecnologia, Educação e Consultoria em busca de novidades, tendências, reciclagem e, claro, inspiração para meus trabalhos no Brasil. Os resultados desta empreitada foram visitas a startups e também algumas grandes empresas de tecnologia e espaços de coworking.
Ao menos em Dublin, muitas empresas de inovação, tanto grandes quanto pequenas, investem na troca direta de experiências, pois acreditam nos benefícios mútuos promovidos pela interação de agentes deste “ecossistema”. Isso significa, na prática, que as corporações buscam não só se instalar em áreas próximas – no que chamam de hubs tecnológicos, como o que existe na região das Docas – mas também promover encontros de negócios entre si.

Quais seriam os resultados da interação direta de colaboradores do Google, Facebook, Linkedin, Hubspot, membros de startups de tecnologia, pesquisadores de robótica, programadores, designers de produto e doutores em Antropologia da Educação, por exemplo? Sem dúvida, as melhores tendências e soluções para o mercado.
Mas o que eles estão fazendo e debatendo, afinal? Estão pensando em como fazer negócios, mais e melhor, usando a inovação tecnológica! Para citar alguns assuntos que pude observar, temas como a educação das próximas gerações estão em pauta. Como iremos ensinar as crianças daqui a 5, 10 anos, utilizando recursos tecnológicos que ainda não foram criados? Como conduziremos o processo de aprendizado usando a Internet das Coisas e a Inteligência Artificial, que irão transformar a maneira de ensinar? E os professores, como poderão acompanhar, se capacitar e educar essas crianças?
Nesses hubs tecnológicos existem profissionais altamente qualificados, de diversas nacionalidades e com formações heterogêneas criando, testando e aprimorando produtos, teorias, gadgets, drones, robôs e games à serviço da nova maneira de fazer negócios. Definitivamente, o “estado da arte” para qualquer entusiasta de tecnologia!
Os dias em Dublin oxigenaram minha cabeça e me fizeram pensar de maneira mais estruturada na inovação aplicada às empresas. Seja como for, daquela efervescência de saberes certamente sairão as tendências que continuarão a transformar, cada vez mais rapidamente, a maneira de fazer negócios. E para melhor.